Riscos quando imprime em 3D

A cada dia a impressão 3D está mais estendida tanto a nível industrial como a nível doméstico, algo que potencia o desenvolvimento de muitas aplicações em grande quantidade de campos. A nível mediático só se destacam as bondades da tecnologia, mas há certas precauções que se devem de ter em conta à hora de iniciar no mundo da impressão 3D.

Mas todo utente deve ter em conta certos riscos que podem ocorrer durante a impressão 3D. Os dois principais focos de risco e mais comuns são por uma parte os gases desprendidos durante a fusão do material, e por outra os possíveis focos de incêndio por mau uso da impressora 3D ou pelo mau estado da eletrónica da mesma.

A seguir, detalhamos os principais focos de risco, bem como as precauções a tomar para evitar problemas maiores:

Gases e cheiros desprendidos

Todos os materiais que se utilizam na impressão 3D FDM/FFF são plásticos ou contêm certa parte deste material. Neste ponto vamos centrar-nos/centrá-nos nos mais três comuns: O PLA, o ABS e o HIPS.

O ABS e o HIPS são dois materiais muito estendidos na impressão 3D e além disso, é muito comum utilizá-los em combinação, o HIPS como material de suporte (se dissolve em D-Limoneno) e o ABS como material base. Estes dois materiais têm um inconveniente o qual é que durante a sua fusão se desprende uma quantidade de estireno 20 vezes superior asa que existe na atmosfera, chegando a ser cancerígeno em caso de respiração prolongada destes gases emitidos.

O PLA é um material de fácil impressão em qualquer impressora 3D e pelo qual, o mais versátil de todos os materiais existentes para a impressão 3D. No respetivo aos resíduos gerados, desprende lactida, elemento que não apresenta o problema mencionado anteriormente do ABS, nem afeta à saúde das pessoas.

Além disso, em impressoras 3D industriais incorpora-se o filtro HEPA que se trata de um tipo de filtro de ar de alta eficiência que satisfaz uns altos standards. Por tanto, em caso de não dispor de uma impressora 3D fechada e com um filtro HEPA a principal recomendação é manter o local de impressão bem ventilado (Se deve ter cuidado com as correntes de ar já que provocam em impressoras 3D abertas o temido efeito warping e cracking).

Por tanto, em meios domésticos, é aconselhável imprimir filamentos que não emitam cheiros desde que cumpram as propriedades mecânicas.

Possíveis focos de incêndios

Imagem 1: Possíveis focos de incêndios

Neste ponto há que ter em conta antes de mais nada que as impressoras 3D que não têm o marcado CE (Certificado Europeu) não passam nenhum controlo de qualidade, algo que pode chegar a ser muito perigoso no caso de se produzir uma falha.

Eletricidade

Deve-se ter em conta que as características da rede à que se ligue a impressora 3D têm de ser exatamente as indicadas na máquina: 230 Vac, 50Hz. Além disso, deve-se prestar atenção a onde se liga a impressora 3D. Se alimenta-se desde uma faixa de terminais com mais consumidores, pode provocar que se queimem fusíveis ou pulem as proteções da instalação. Por isso, se devem comprovar as características da linha antes da conexão. Quando se realizem tarefas de limpeza da impressora 3D, dever-se-á desligar sempre a impressora 3D das tomadas de alimentação elétrica para evitar contactos fortuítos.

Eletrónica

É crucial tanto a utilização de componentes eletrónicos de qualidade, como de cabos com a secção apropriada para evitar excessos de temperatura que podem dar local ao incêndio da própria impressora 3D e esta à sua vez,de todo o que há à sua ao redor. Outro possível problema que também pode ocasionar um incêndio é que o sensor de temperatura saia do seu alojamento e o cartucho aquecedor eleve a sua temperatura ao máximo, fundindo os elementos que estão ao seu arredor e podendo provocar o fogo.

Partes quentes

Às vezes por inércia ou esquecimento tende-se a introduzir a mão no interior da impressora 3D enquanto esta está ainda quente, o qual pode provocar queimaduras graves na pele. Não devemos esquecer que o funcionamento de uma impressora 3D se baseia no princípio de fusão de polímeros, o qual implica uma alta temperatura nos elementos aquecedores.

A parte, o facto de que a impressora 3D esteja apagada ou desconectado após finalizar uma impressão não implica que os elementos aquecedores estejam frios, pelo que não se deve tocar até decorrido um tempo suficiente.

Partes móveis

Para o movimento dos 3 eixos, bem como o dos 2 extrusores, empregam-se motores elétricos passo a passo com alto par. Ao meter os dedos ou a mão pelas zonas dos eixos, fusos e correias, pode provocar entrapments, contusões e feridas, bem como queimaduras devidas ao calor dissipado pelos motores. Por tanto, deve-se ser muito cauteloso à hora de introduzir a mão no interior da impressora 3D, e só dever-se-á fazer se é estritamente necessário, e a poder ser com medidas de segurança para evitar danos maiores em caso de acidente.

Spray de fixação

À hora de aplicar o spray de fixaçao da base (3DLac, DimaFix ou PrintaFix) deve-se realizar fora da impressora 3D já que são produtos muito inflamáveis que em contacto com altas temperaturas ou correntes elétricas residuais podem originar um lume. Embora pareça incrível já se produziram mais de um caso onde se queima uma casa ou algo pior por culpa de realizar mau este processo.

A nossa particular recomendação é que em todo momento se tenha constância (sobretudo quando se tenha uma impressora 3D em um meio doméstico), de que esta não se trata de um "brinquedo", e que o seu funcionamento implica riscos associados. Sempre é melhor dispor de impressoras 3D com marcado CE que tenham uma carcaça fechada e filtro HEPA, e se é possível em locais ventilados.